Eu pensava assim…Mas a vida me mostrou diferente.
Já aconteceu com você? Acreditar piamente em algo, ter plena certeza, até que… bum! A realidade te dá um choque e você percebe que sua visão estava equivocada? Pois é, aconteceu comigo com relação à verdadeira Mensagem da Crucificação de Jesus.
Por muito tempo, eu acreditei, de acordo com a Teologia, que Jesus tinha morrido pelos nossos pecados e que, sem a sua morte na cruz, ninguém teria a vida eterna.
A Teologia, também afirma que Deus, em sua graça e misericórdia, providenciou a salvação da humanidade pelo sangue derramado de seu Filho perfeito na cruz e que “sem derramamento de sangue não há perdão”.
Tudo fazia sentido na minha cabeça de “fiel”, eu acreditava nos argumentos, apesar de não conseguir entender como um Deus-Amor, Onipotente, tinha que sacrificar Seu Filho Primogênito…
Mas aí a vida, com sua maneira peculiar de nos ensinar, me apresentou outra realidade. Comecei a pesquisar mais, ouvir outras vozes, questionar aquilo que antes parecia inquestionável.
Nesta ocasião, em Meu Diário, exploraremos uma compreensão que vai além dos dogmas teológicos, analisando a questão de se a morte de Jesus foi necessária sob uma perspectiva ainda não vista.
O primeiro ponto a ser considerado é que a crucificação não tem um caráter de punição. Há uma interpretação positiva da crucificação, na qual não há medo, e ela se torna totalmente benigna quando compreendida corretamente.
Venha comigo mergulhar em águas desconhecidas pelas doutrinas que moldaram o conhecimento da sociedade e compreender os mistérios da morte de Cristo sob uma nova ótica, analisando os impactos dessa percepção em nossa vida hoje.
Nesse post…
O Ponto de Vista Convencional
Durante muito tempo, acreditou-se que Jesus entregou-se na cruz para realizar um resgate espiritual que só poderia ocorrer por meio de sua morte.
Assim, sua crucificação foi vista como um ato supremo de amor e doação de sua própria vida para que pudéssemos ter acesso à salvação.
Essa ideia tornou-se tão difundida que poucos param para questioná-la. Afinal, faz parte de nossa crença.
Os cristãos, há mais de dois mil anos, especialmente na Quaresma, revivem o drama da crucificação. Alguns, emocionalmente, experimentaram o estigma ao imaginar os sofrimentos de Cristo, como forma de gratidão.
Foi difundida uma consciência traumática, distante da dimensão espiritual da Consciência Universal. No entanto, é preciso emergir para uma nova fase de desenvolvimento mental e espiritual.
Uma Nova Perspectiva
A crucificação foi compreendida de forma equivocada; na verdade, ela é um exemplo extremo de ensino.
O equívoco na compreensão correta da crucificação surgiu devido ao medo, pois quem tem medo está predisposto a perceber temerosamente.
A crucificação é a última jornada que a Filiação precisa percorrer e representa a libertação do medo para aqueles que a compreendem corretamente.
A crucificação tem uma contribuição definitiva para nossa vida quando a consideramos sem medo, ajudando-nos a compreender nosso próprio papel.
Muitas vezes, nos sentimos como se estivéssemos “crucificados” em determinadas situações. Isso acontece porque nós nos percebemos como seres separados, ignorando que o que fazemos aos outros, fazemos a nós mesmos.
Ao projetarmos raiva, fomentamos a agressão, que, por sua vez, gera medo.
O significado real da crucificação está na intensidade “aparente” da agressão de alguns Filhos de Deus contra outro, algo que, na verdade, é impossível.
A agressão pode ser dirigida a um corpo e até destruí-lo, mas a destruição, em essência, é impossível, pois aquilo que pode ser destruído não é real.
Em última análise, é injustificável que a raiva busque destruir, pois, ao propagarmos tal atitude, estamos ensinando algo baseado em uma falsa premissa.
A mensagem da crucificação tinha o propósito de ensinar que não há agressão nem destruição, pois não podemos ser verdadeiramente agredidos ou perseguidos. No entanto, ao respondermos com raiva, nos igualamos àquilo que é destrutível.
Em outras palavras: somos livres para nos percebermos perseguidos, caso escolhamos essa visão.
Por que isso importa?
Jesus, segundo a compreensão do mundo, foi perseguido, mas não compartilhou dessa avaliação sobre si mesmo. Como não a reforçou, não a fortaleceu, mas ofereceu uma interpretação diferente do ataque.
“Se acreditares em algo, irás ensiná-lo. Se reages como se estivesse sendo perseguido, estás ensinando a perseguição. E esse não é um ensinamento que um Filho de Deus deva transmitir se deseja alcançar sua própria salvação.”
O Filho de Deus deve ensinar que sua imunidade é perfeita e que ele não pode ser atacado. Não tentar defendê-la demonstra a compreensão de sua invulnerabilidade.
Seguir o exemplo de Jesus significa não aceitarmos justificativas para a raiva diante das tentações; e, saber que aquilo em que acreditamos, ensinamos.
Nossa Ressurreição é o Nosso Despertar
Cristo é o modelo para o renascimento, mas esse renascimento é o despertar em nossa mente daquilo que sempre esteve nela, pois foi colocado ali pelo próprio Deus. Precisamos aprender isso e ensiná-lo.
É urgente ouvirmos apenas uma Voz: a do Espírito, deixando de lado a voz do ego. A voz do ego nos enfraquece e nos apresenta o falso como verdadeiro.
Jesus edifica sua igreja sobre nós, pois o altar de Deus está em cada um de nós. Em nosso altar interior, existe uma Presença que torna a igreja santa.
Uma igreja que não inspira amor tem um altar que não está cumprindo o propósito para o qual Deus o destinou. Jesus funda sua igreja naqueles que aceitam Seu modelo e se tornam seus discípulos.
O Julgamento do Ego Não Importa
O Cristo, segundo o julgamento do mundo, foi traído, abandonado, espancado e morto. No entanto, isso ocorreu devido à projeção dos outros sobre Ele, pois Ele não causou dano a ninguém.
Não precisamos passar pelas mesmas experiências de Cristo, pois podemos aprender com suas vivências. Podemos despertar através delas, e é por isso que Ele é “o caminho, a verdade e a vida”.
Quando ouvimos apenas uma Voz, não somos chamados ao sacrifício.
Jesus, ao passar pela cruz, quis mostrar que esse ensinamento é verdadeiro em uma situação extrema. Ele demonstrou que ceder à raiva e à agressão é uma resposta totalmente equivocada.
Convite à Reflexão
Ao refletirmos sobre a Mensagem da Crucificação, descobrimos que a ela é um chamado à paz. Se interpretada de outra forma, torna-se uma arma de agressão.
O pensamento equivocado sobre a crucificação exemplifica a inversão de pensamento no Novo Testamento.
Os apóstolos, movidos pelo medo, falaram da “ira de Deus” como uma arma de retaliação. Sentindo-se culpados, estavam raivosos e não podiam ver a crucificação sem essa perspectiva.
Os Filhos de Deus foram criados como criadores e exercem influência uns sobre os outros. Essa influência deve ser usada para a salvação coletiva, onde um ensina o outro a reconhecer sua perfeição.
Concluindo
A crucificação resultou de pensamentos opostos e simboliza o conflito entre o ego e o Filho de Deus.
Os apóstolos compreenderam a mensagem da crucificação de forma equivocada. Como seu amor era imperfeito, foram suscetíveis à projeção.
Ao lermos os ensinamentos dos apóstolos, devemos lembrar que Cristo afirmou que muitas coisas seriam compreendidas posteriormente.
Saiba: ninguém é punido por pecados, e os Filhos de Deus não são pecadores. A punição envolve a projeção da acusação e reforça a ideia de que a acusação é justificada.
Devemos ser gratos a Deus, não porque Ele nos deu Seu Filho para morrer por nós, mas porque a gratidão nos permite apreciá-Lo e, assim, amá-Lo. Não somos capazes de amar o que não apreciamos.
Se não amamos, vivemos no medo e o medo torna a apreciação impossível.
Se em nós não houver gratidão, não apreciamos, mas rejeitamos; ao rejeitarmos vivemos no medo, sob o domínio do ego.
Lembre-se: o Espírito é o elo de comunicação entre o Pai e seus Filhos. Quando ouvimos sua Voz, sabemos que não podemos ferir nem ser feridos. E, que é Vontade de Deus e de Jesus que nenhum de seu Filhos sofra.
Esse é o ensinamento de Jesus e a mensagem que deve ser propagada.
E então:
Você ainda acredita que a morte de Jesus foi necessária do ponto de vista convencional? Ou já está começando a enxergar a Mensagem da Crucificação sob uma nova luz?
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Bibliografia:
Christ Returns – Speaks His Truth (As cartas de Cristo: a Consciência Crística Manifestada) Indiana, United States. p.145
The Foundation for Inner Peace, A Course in Miracles (Um Curso em Milagres), Novato, CA 94949. p.97
👉 Acesse a coluna Eu pensava assim no blog Eu Sou Meu Diário… e desafie-se a cada leitura.