A Ilusão da Certeza
Já aconteceu com você? Ter plena certeza de que estava tudo certo, tudo no seu devido lugar, até que… bum! A realidade lhe dá um choque, e você percebe que tudo o que conquistou é, na verdade, o que todo mundo quer, mas e você? Pois é, aconteceu comigo.
Por muito tempo, pensei que eu tinha tudo o que queria. Eu pensei ter a vida dos sonhos de muita gente.
Acreditava que minhas conquistas estavam muito além do que muitos almejam conseguir. Tudo fazia sentido na minha cabeça.
Eu tinha argumentos para sustentar essa ideia e, de fato, percebia o quanto era invejada e vista como uma referência positiva para muitos. Mas então, a vida, com sua maneira peculiar de ensinar, me apresentou sua outra face.
Nesta coluna intitulada Eu pensava assim…meu intuito é trazer essa reflexão: será que há alguma crença ou certeza que você carrega e que nunca questionou?
Será que existe algo que vale a pena revisitar com um olhar mais aberto? Aqui, trarei vários temas para reflexão e sugiro a leitura dos assuntos que serão abordados nas demais colunas desse blog.
Nesse post…
O Ponto de Vista Convencional
Todos almejam ter uma casa e uma boa renda. Para muitos solteiros, o sonho é ter um bom relacionamento; aqueles que não são pais, desejam ter filhos. E aqueles que têm tudo, frequentemente encontram defeitos! Mas por que essa insatisfação persiste?
Certa vez, perguntaram a um morador de rua por que ele estava naquela situação, e ele respondeu: “Eu não tenho preocupação nenhuma!”
Ele não precisa lidar com IPTU, IPVA, seguros, planos de saúde, infidelidade, ou o medo de perder o emprego para a inteligência artificial. Mas não é sobre essas questões que quero falar, e sim sobre a insatisfação.
Aquele vazio que surge quando você conquista o que tanto batalhou para conseguir e, em vez de se sentir feliz, sente um buraco dentro de si. O que esse vazio quer dizer?
Uma Nova Perspectiva
Você já refletiu se tudo o que conquistou era realmente o que desejava?
Vamos ponderar:
- Houve momentos em que decidi algo apenas para agradar a alguém?
Lembro-me do meu irmão, farmacêutico, com várias especializações e pós-graduações. Antes, ele havia estudado contabilidade por um ano, por insistência do nosso pai. Até que um dia decidiu seguir sua vocação, mudou de cidade e cursou farmácia. Anos depois, nossa mãe lhe sugeriu: “Já que você gosta tanto de estudar, por que não faz medicina?” E ele respondeu: “Esse é o seu sonho, não o meu.”
Na época, achei aquela resposta dura, mas ao revisitar aquele momento, lembrei-me de que fiz magistério apenas para estudar com minha melhor amiga. Ela sabia o que queria, e eu?
Quantas pessoas, ao se formar, sentem não alegria, mas um vazio? Quantos noivos, no altar, se questionam se realmente escolheram a pessoa certa? Quantas decisões são tomadas equivocadamente e sustentadas por anos, mesmo sabendo que estão construídas sobre areia e destinadas a ruir?
- Você sabe abrir mão daquilo que não quer? Ou daquilo que você não quer mais?
Quantos fracassos, decepções, depressões e outras enfermidades derivam de decisões mal tomadas e mantidas por conveniência, medo ou vergonha de admitir um erro?
É preciso ter um alinhamento com o eu interior e saber dizer não para aquilo que não cabe no seu verdadeiro sonho.
Conhecer-se, saber o que nos faz bem, o que gostamos de fato, o que simplesmente aceitamos, o que queremos e os porquês desses quereres.
Ter opinião baseada na sensatez, em conhecimento verdadeiro e seguro. É preciso recuar com fé, deixar as ilusões de lado e permitir que a verdade mostre o caminho.
Por que isso importa?
Importa porque muitas vezes tomamos decisões — grandes ou pequenas — influenciados por terceiros, por dependência emocional, pelas circunstâncias, por medo ou por não enxergar outra opção.
No entanto, quando decidimos viver de acordo com aquilo em que realmente acreditamos, sempre há um caminho para conciliar nossa decisão com a realidade ao nosso redor.
Se a confusão for grande, dê-se um tempo, reflita, busque a verdade dentro de si. Reconheça o que deseja, deixando de lado os empecilhos, mas analisando ativamente como contorná-los. Se necessário, busque ajuda.
A diferença entre uma pessoa realizada e uma frustrada está na clareza das escolhas. Quanto maior o tempo investido em algo que não se sustenta, mais difícil será desfazer-se das consequências. Na juventude, recomeçar é mais fácil; com o passar dos anos, compromissos e responsabilidades tornam as mudanças mais complexas.
Conclusão e Convite à Reflexão
Reflita: você está vivendo a vida que realmente deseja ou apenas seguindo um roteiro imposto por outros?
O tempo é um recurso precioso, e cada escolha molda sua história. Se houver dúvidas sobre suas decisões, pare, avalie e, se necessário, tenha coragem para mudar de direção.
Não há nada mais libertador do que viver uma vida autêntica, em sintonia com quem você realmente é, livre de ilusões.
Porém, encontrar esse caminho exige mais do que apenas reconhecer o que não nos faz feliz. Exige coragem para enfrentar o medo da mudança, para abandonar expectativas alheias e para reescrever nossa própria história.
Não é um processo fácil, mas é essencial para que possamos nos sentir verdadeiramente completos.
Permita-se questionar, reavaliar e, se necessário, recomeçar. Cada passo em direção à sua verdade é um passo rumo à verdadeira satisfação.
Afinal, mais vale uma trajetória cheia de ajustes e descobertas do que uma vida inteira de conformismo e arrependimentos.
E então?
O que esteve por trás das decisões que você já tomou em sua vida? Você sempre foi sincero consigo mesmo ou algumas vezes vacilou?
Eu mudei de atitude perante a vida, e quer saber? Foi uma das melhores coisas que já me aconteceu.
E você, já passou por algo assim? Me conte nos comentários!
Bibliografia:
The Foundation for Inner Peace, A Course in Miracles (Um Curso em Milagres), Novato, CA 94949.
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